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Orkut

21 Mar 2004

Nunca me liguei nesses “sites de relacionamento”. A paquera online não faz parte do meu cotidiano, e, apesar da idéia de uma agenda de contatos permanentemente atualizada ser sedutora, o risco potencial de spam não compensa. Até que surgiu o Orkut, filiado ao Google.

A história dele já é interessante por si, pois revela uma característica curiosa do Google: eles incentivam seus funcionários a desenvolver projetos pessoais em horário de serviço. Claro, se o brinquedo ficar bacana (como este ficou), o Google assume. Mas ainda assim é interessante.

No começo não dei bola para os convites que recebia por e-mail, até que uma pessoa que eu levo muito a sério me convidou. E vi que o site resolve, logo de cara, três dos meus problemas mais básicos: lembrar quem era fulano (fica fácil com a foto e dados pessoais), saber de onde eu conheço ele (basta analisar os contatos comuns) e ter telefones/e-mails/etc. atualizados.

O serviço ainda pode melhorar bastante, particularmente na velocidade dos “convites” para novos usuários. Independente disto, a experiência é positiva. E o Google por trás confere uma certa garantia de que os dados só serão revelados realmente para pessoas autorizadas.

Tem o charme maçônico: só é possível entrar na rede através de convite. Pode parecer uma versão online daquelas filas criadas artificialmente nas portas das casas noturnas para passar a idéia de que são concorridas, mas realmente não faz sentido entrar no site se você não tiver contatos dentro dele – fora que é um truque inteligente para controlar a escalabilidade do sistema.

Não sei como se compara com os outros do ponto de vista dos paqueradores online, mas achei fantástica a idéia do “crush-list”: você indica ao sistema as pessoas por quem tem alguma atração, mas ele não as avisa. Apenas se alguma delas indicar ter atração por você é que ambos são notificados. Ah, se eu tivesse isso quando era moleque…